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Os 'di menor', a educação na palmatória e o caráter

Menino de 7 anos destrói sala em escola no Rio sem que profissionais possam tocar nele

Décadas atrás, os alunos respeitavam e até temiam seus professores, tanto quanto seus pais, a quem pediam a bênção e baixavam a cabeça quando viam um simples olhar de reprovação. Nas escolas, muitos estudantes problemáticos davam a mão à palmatória, literalmente, se aprontassem alguma coisa.

Esse tipo de violência física como castigo durante o aprendizado não é mais aceito em qualquer instituição. O problema é que agora são os mestres que apanham ou são ameaçados de morte por jovens que não recebem qualquer educação em suas casas. São vítimas de uma inversão de valores que beneficia bandidos e delinquentes em todo o País.

Recentemente, dois casos envolvendo crianças e adolescentes problemáticos ganharam repercussão nacional. E um terceiro, ocorrido nos Estados Unidos, mostra que não adianta tratar violência com mais violência.

Em uma das ocorrências registradas no Brasil, um garoto de 7 anos destruiu a sala de uma escola de Macaé (RJ) sem que os profissionais o impedissem, temendo represálias (leia aqui). Um vídeo mostrando o "dia de fúria" ganhou as redes sociais. Mas justamente por não tocar nele é que a direção foi punida, sendo afastada e gerando revolva em quem acompanhou o episódio.

Em um caso assim, qualquer atitude teria uma repercussão negativa. Se o impedissem, segurando o garoto, e ele ficasse com qualquer hematoma, os pais fariam um escândalo e processariam a escola. Como não o seguraram, e a imagem ainda foi divulgada na internet, também foram punidos e podem ser processados.

Já em uma cidade baiana, uma menina de 14 anos não suportou a ideia de ter que ficar 30 dias sem seu celular e partiu para cima da diretora que o apreendeu. A menina o utilizava na sala de aula, o que é proibido na instituição (leia aqui). Alunos filmaram quando ela, muito maior que a diretora, partiu para a agressão, invadindo sua sala, puxando o cabelo e batendo na profissional. Foi expulsa.

Nos Estados Unidos, outra adolescente problemática desrespeitou a professora, que precisou chamar um policial para que ela fosse retirada da sala, já que se recusava a sair (leia aqui). Como ela também não atendeu ao policial, ele exagerou no uso da força, derrubando a garota da cadeira, arrastando-a e algemando-a na frente de todos.

Mesmo que sua atitude tenha sido violenta, 99% dos internautas o parabenizaram, porque estão cansados com a inversão de valores, na qual a pessoa que provoca um problema acaba sempre sendo beneficiada. Não adiantou e ele foi demitido.

Essa violência nas salas de aula é apenas um reflexo do que acontece em nossa sociedade, onde quem dirige bêbado e mata não fica na cadeia e quem ocupa um cargo público e rouba milhões não tem qualquer punição decente, sendo beneficiado por brechas na lei. É o resultado da impunidade desenfreada.

Na tentativa de beneficiar pessoas de bem que erraram e pensando na recuperação de jovens, a lei acaba ajudando jovens bandidos a se safarem de punições de verdade. E quem sofre é a própria sociedade, obrigada a viver com medo de que um "di menor" possa invadir sua casa para roubá-lo e molestar seus parentes. Ou mesmo tendo que estudar ao lado de um deles. Ou ainda receber ameaças na tentativa de educá-los...

Entidade e muitas pessoas que defendem os direitos humanos entendem que menores infratores são recuperáveis, pois isso devem sempre ter tratamento diferenciado. Na teoria, deveria funcionar. Na prática, muitos não se recuperam. Pelo contrário, aprendem a ser bandidos ainda piores em instituições brasileiras.

A palmatória nunca foi uma forma correta de ensinar, mas a proteção extrema também não. O que vemos hoje é uma juventude que venera a tal "vida loka", como se isso tivesse um futuro. São crianças que não se dão ao trabalho de ler ou mesmo aprender a escrever corretamente, mesmo tendo à disposição um mundo todo digital e celulares conectados à internet. Essa geração prefere músicas que falam de pegação e balada, sensualizando em vez de dançar; é formada por jovens que acreditam que estão "arrasando" e "sendo invejados" quando dirigem com o som nas alturas, mas, na verdade, perturbam os vizinhos e são odiados.

E as meninas, que deveriam se valorizar, preferem exibir o corpo com shortinhos minúsculos e poses sensuais em suas fotos no Facebook, fazendo biquinho e "brigando por homem". Resultado: seguem ao pé da letra as músicas que ouvem e engravidam cedo, descobrindo que o mundo real é bem além da tal pegação. O que acontece na balada, não fica na balada. Reflete no restante da sua vida e é carregado no colo por um bom tempo.

A solução para atitudes como essas esbarra sempre na educação, que deve vir de berço. É em casa que crianças e adolescentes devem aprender a respeitar os mais velhos, independente de classe social. Se os pais permitem malcriações e grosserias com eles mesmos, não conseguirão impedir que seus filhos façam isso na rua e colaboram para a criação de mais um "di menor" problemático ou uma menina grávida aos 14, 15 anos...

Pedir bênção pode ter saído de moda, mas respeitar os mais velhos, começando por quem lhe o colocou no mundo, alimenta e veste, é o principal requisito para a formação de alguém com caráter.


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