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Aviso aos motoristas: não dar seta pode matar

Frente da bike ficou retorcida

Uma grande parte dos motoristas está com nova mania: não dar seta. Parece que usar o sistema ficou fora de moda. Esses inconsequentes e candidatos a assassinos no trânsito acreditam que o motorista que vem atrás use bola-de-cristal em seu painel. Não se incomodam de avisar nem quando estão em uma rodovia e decidem sair dela, ou vice-versa.

Não é exagero chamá-los de futuros assassinos. Isso pode acontecer a qualquer momento, mesmo que esse "motorista moderno" seja um pai de família, um trabalhador. Se não segue as leis de trânsito, passa a ser um criminoso como qualquer um.

Critico sempre quem dirige assim. Minha família está cansada de ouvir minhas reclamações quando estou dirigindo, pois conto nos dedos os motoristas conscientes que agem pensando no todo e não apenas no próprio umbigo. Se vejo três carros ao mesmo tempo acionando a seta, abro um sorriso e agradeço a Deus.

Por causa disso, minha esposa está sempre alertando meu filho quando pedalam juntos suas bicicletas pelo trânsito de Araçatuba. Mesmo com tanto cuidado, essa monstruosidade "moderna" foi sentida na pele por ela, literalmente. Minha esposa pedalava sua bicicleta há alguns dias, quando parou ao lado de um caminhão em um semáforo fechado. Isso mesmo. Ela para sua bike quando o sinal não permite a passagem, ao contrário de um monte de ciclistas irresponsáveis que também encontramos no dia a dia. Ao lado dela estava um caminhão dos Correios.

O sinal abriu, o caminhão seguiu em frente e ela também. Mas qual não foi sua surpresa ao ver o veículo, de repente, entrar à direita sem ao menos acionar a seta. Resultado: a bicicleta dela bateu em cheio na carroceria, ficou presa e foi arrastada. E minha esposa junto.

O motorista nem notou. Parou porque, graças a Deus, as pessoas em volta viram e começaram a gritar para alertá-lo. E o milagre aconteceu: a bicicleta recebeu todo o peso do caminhão, ficou toda retorcida, mas a minha esposa apenas ralou a mão e teve alguns hematomas pelo corpo, principalmente em uma das pernas. O trânsito parou na avenida dos Araçás, local de grande movimento. Viaturas da polícia chegaram logo.

Minha esposa me ligou e, com uma voz triste, avisou pelo celular que havia sido atropelada. Fiquei desesperado, mesmo ela dizendo que estava bem. Quando cheguei ao local, a encontrei ao lado de dois policiais e duas viaturas. A gente se abraçou. E aí tive o desprazer de ainda ver o motorista, um senhor de idade, acusá-la de estar trafegando pelo lado direito e que bateu no caminhão porque não viu ele dar a seta, avisando que iria virar. Nesta hora, com a polícia ao lado, o motorista garantiu que fez tudo certinho. Imagine se ele não daria seta...

Eu ouvia tudo calado, mas naquele momento não me contive. Disse a ele, de forma irônica, que tinha razão, porque minha mulher tinha o costume de ficar jogando a bicicleta em cima de caminhões para ver o que acontecia. E perguntei se ele já havia visto algum ciclista pedalar no meio da rua, em meio aos carros. Afinal, é um veículo leve e num confronto direto com qualquer carro, sempre perde.

Começamos a discutir quando fui contido, de forma muito educada, por um dos policiais militares. Ele tentava me convencer a não discutir, porque não adiantaria nada, afinal o motorista continuaria dizendo que estava certo, não iria assumir qualquer culpa. Os próprios PMs levaram minha esposa ao hospital. O caso está sendo investigado pela polícia e decidimos representar contra o motorista.

Naquela noite, fiquei tocando nela na cama enquanto dormia para sentir que estava lá realmente, que não era sonho, e que graças a Deus não tinha deixado a mim e nosso filho. Foi um dia horrível, mas a mulher que amo tanto renasceu.

A minha história é um exemplo do que acontece com quem acredita que usar a seta é coisa de careta. Parece que o mundo caminha a tentar valorizar o errado, em nome da democracia. Por favor, seja um motorista careta. Use a seta sem dó. Você vai viver mais e, com certeza, não será responsável por ninguém perder um ente querido.


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